Aeroporto Internacional de Porto Alegre - Salgado Filho O aumento no número de lasers apontados contra aeronaves na área do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, acendeu um alerta para a Fraport, concessionária que administra o terminal, e também para a Aeronáutica. A prática, que pode ofuscar a visão dos pilotos durante pousos e decolagens, representa risco para a segurança dos voos. Dados da Fraport e da torre de controle mostram que, após registrar 39 casos em 2023 e 30 em 2024, as ocorrências saltaram para 40 neste ano. O que mais preocupa as autoridades é o pico de 32 registros somente no mês de outubro. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp "Geralmente temos um ou dois reportes de raio laser no mês, mas em outubro passaram de 30, então foi um número bem assustador", afirma Jimi Strazulas, controlador e supervisor na torre de controle de Porto Alegre. As luzes, geralmente verdes, têm potência para atravessar a cabine e atingir diretamente os olhos da tripulação. Segundo os relatos, o piloto costuma ser atingido quando a aeronave está a cerca de 10 km da pista. O momento é considerado extremamente delicado, pois exige total atenção para a operação de pouso. Segundo o analista de segurança operacional Maurício Martins Sakis, os principais riscos são o ofuscamento, a cegueira momentânea e a distração. Ele explica que os ataques com laser ocorrem no momento mais crítico do voo. "É o momento que requer maior atenção do piloto, e tudo que a gente não quer são distrações nessa fase de voo", complementa Sakis. A investigação para identificar os responsáveis está em andamento. As autoridades apuram se a ação é deliberada para atrapalhar os voos, se é praticada por pessoas que desconhecem os riscos, ou ainda se é um efeito colateral de canhões de luz de eventos e festas. "A gente acredita que a maior fonte seja essa [pessoas desavisadas], mas tem pessoas que gostam de atrapalhar realmente", avalia o controlador Jimi Strazulas. O procedimento de segurança começa com o alerta do piloto à torre. "Ele fala: 'ó, estou recebendo raio laser na minha direita'", explica Strazulas. A torre então repassa a informação para a Fraport e registra a ocorrência no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em casos de risco extremo, o piloto pode arremeter, ou seja, abortar o pouso e tentar uma nova aproximação. Apontar laser para uma aeronave é crime previsto no artigo 261 do Código Penal. A pena é de "prisão de 2 a 5 anos, podendo dar até 12 anos, caso aconteça um acidente". As autoridades orientam a população a denunciar a prática à Brigada Militar ou à Polícia Federal. O Aeroporto Internacional Salgado Filho registra cerca de 250 operações de pousos e decolagens diariamente. Até o final de novembro, o terminal já havia recebido 6 milhões de passageiros, que cobram providências para coibir os ataques. Apontar o raio de luz para aeronaves é crime com pena de até 5 anos de prisão Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS
Com mais de 30 casos em um mês, lasers apontados para aviões viram risco no aeroporto de Porto Alegre
Escrito em 02/12/2025
Aeroporto Internacional de Porto Alegre - Salgado Filho O aumento no número de lasers apontados contra aeronaves na área do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, acendeu um alerta para a Fraport, concessionária que administra o terminal, e também para a Aeronáutica. A prática, que pode ofuscar a visão dos pilotos durante pousos e decolagens, representa risco para a segurança dos voos. Dados da Fraport e da torre de controle mostram que, após registrar 39 casos em 2023 e 30 em 2024, as ocorrências saltaram para 40 neste ano. O que mais preocupa as autoridades é o pico de 32 registros somente no mês de outubro. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp "Geralmente temos um ou dois reportes de raio laser no mês, mas em outubro passaram de 30, então foi um número bem assustador", afirma Jimi Strazulas, controlador e supervisor na torre de controle de Porto Alegre. As luzes, geralmente verdes, têm potência para atravessar a cabine e atingir diretamente os olhos da tripulação. Segundo os relatos, o piloto costuma ser atingido quando a aeronave está a cerca de 10 km da pista. O momento é considerado extremamente delicado, pois exige total atenção para a operação de pouso. Segundo o analista de segurança operacional Maurício Martins Sakis, os principais riscos são o ofuscamento, a cegueira momentânea e a distração. Ele explica que os ataques com laser ocorrem no momento mais crítico do voo. "É o momento que requer maior atenção do piloto, e tudo que a gente não quer são distrações nessa fase de voo", complementa Sakis. A investigação para identificar os responsáveis está em andamento. As autoridades apuram se a ação é deliberada para atrapalhar os voos, se é praticada por pessoas que desconhecem os riscos, ou ainda se é um efeito colateral de canhões de luz de eventos e festas. "A gente acredita que a maior fonte seja essa [pessoas desavisadas], mas tem pessoas que gostam de atrapalhar realmente", avalia o controlador Jimi Strazulas. O procedimento de segurança começa com o alerta do piloto à torre. "Ele fala: 'ó, estou recebendo raio laser na minha direita'", explica Strazulas. A torre então repassa a informação para a Fraport e registra a ocorrência no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Em casos de risco extremo, o piloto pode arremeter, ou seja, abortar o pouso e tentar uma nova aproximação. Apontar laser para uma aeronave é crime previsto no artigo 261 do Código Penal. A pena é de "prisão de 2 a 5 anos, podendo dar até 12 anos, caso aconteça um acidente". As autoridades orientam a população a denunciar a prática à Brigada Militar ou à Polícia Federal. O Aeroporto Internacional Salgado Filho registra cerca de 250 operações de pousos e decolagens diariamente. Até o final de novembro, o terminal já havia recebido 6 milhões de passageiros, que cobram providências para coibir os ataques. Apontar o raio de luz para aeronaves é crime com pena de até 5 anos de prisão Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS

